MANUAL ANTIBULLYING
para alunos, pais e professores

No ano de 2000, tive conhecimento de trabalhos realizados e publicados sobre agressividade entre estudantes. Em outubro de 2001, visitei instituições em Londres e vi o quanto o tema já era importante em vários países da Europa. Por duas vezes estive com Michele Elliott, diretora da instituição Kidscape. Ali, fui municiado com publicações e informações detalhadas sobre o fantástico trabalho desta instituição na prevenção e no atendimento aos casos de bullying. Ainda em Londres, visitei a sede da Childline, megainstituição fundada em 1986, e que recebe telefonemas de todo o Reino Unido sobre crianças e adolescentes em situação de risco, sendo o comportamento bullying a principal queixa recebida.

De volta ao Rio de Janeiro, através da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA), desenvolvemos um projeto sobre o tema. Durante pouco mais de um ano, entre agosto de 2002 e outubro de 2003, quase seis mil estudantes do ensino fundamental de escolas públicas e privadas responderam questionários sobre a agressividade escolar e o comportamento bullying. Professores e pais passaram a discutir o tema e assim foram dados os primeiros passos para a implantação de uma política antibullying nas escolas.

Foi dada a partida. Conseguimos levantar o véu que encobria uma situação por quase todos conhecida e até mesmo vivida: a agressividade entre alunos, a humilhação, a discriminação, as ofensas e a violência um tanto velada. Uma situação de atos repetidos, verdadeiros assédios, praticados contra algumas crianças nas escolas, por seus próprios colegas. A maioria das pessoas, sobretudo os professores, conhecia essa realidade, mas não aprendera a valorizá-la porque ignorava suas consequências ou não as conhecia tanto quanto as vítimas.

Pesquisas em todos os países mostram que vítimas de bullying podem sofrer muito, desenvolver quadros depressivos, culminando até em tentativas de suicídio. Mas o que dizer daqueles que praticaram essa forma de violência contra seus companheiros? Serão eles os adolescentes e adultos violentos do futuro? E as testemunhas silenciosas, que a tudo assistem sem nada fazer? Será que vão crescer com sentimento de culpa pela sua covardia?  

Dr. Gustavo Teixeira, médico especialista em comportamento infantil e palestrante internacional competente, responde a essas e outras dúvidas utilizando uma linguagem objetiva e clara para o entendimento de pais e educadores.

Manual Antibullying é leitura recomendada e indispensável para todos que desejam uma escola mais segura e acolhedora. O livro explica de forma brilhante as características do bullying, suas causas, consequências, e propõe um programa preventivo prático para ser implantado na escola.

O leitor aprenderá sobre os principais sinais de alerta para identificar crianças ou adolescentes alvos de bullying e terá ferramentas essenciais para a criação de um projeto antibullying eficiente na escola.

Esta é uma obra de grande importância para a orientação de pais e professores na luta pela inclusão de estudantes e na promoção de uma escola mais saudável.

Dr. Lauro Monteiro,
médico pediatra e editor-chefe do site
www.observatoriodainfancia.com.br