Funções Executivas
Função executiva
é um conceito neuropsicológico que se aplica
ao processo cognitivo responsável pelo planejamento
e execução de atividades, incluindo iniciação
de tarefas, memória de trabalho, atenção
sustentada e inibição de impulsos, por exemplo.
Essas funções
executivas são desenvolvidas principalmente nos primeiros
anos de vida e quando há falhas dessas funções,
frequentemente aparecerão problemas envolvendo planejamento,
organização, manejo do tempo, memória
e controle das emoções.
A principal região do
cérebro responsável pelas funções
executivas é o córtex pré-frontal.
Crianças e adolescentes com o diagnóstico
de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade,
transtornos invasivos do desenvolvimento, como autismo infantil
e Síndrome de Asperger ou vítimas de lesões
cerebrais traumáticas comumente apresentam dificuldades
nas funções executivas, possivelmente por
alterações dessas áreas cerebrais.
O trabalho em habilidades executivas
visa ajudar a criança ou adolescente à “regular
seu comportamento”, através de organização,
planejamento e assim favorecendo na sua tomada de decisões.
As maneiras necessárias
para se “regular o comportamento” envolve o
uso de habilidades que visam a criação de
estratégias para a resolução de problemas
e para atingir determinadas metas. Essas habilidades são:
Planejamento: Habilidade de criar um caminho para atingir uma meta ou
completar uma tarefa.
Organização: Habilidade de se criar uma estratégia para facilitar
na execução de uma atividade.
Manejo do tempo: Capacidade de estimar quanto tempo ainda tenho para a execução
de um dever de casa, de uma prova de matemática ou
de um trabalho para a escola, por exemplo.
Memória de trabalho: Habilidade de manter informações na mente,
enquanto executa tarefas. Utilizar aprendizagens do passado
para aplicar na situação atual ou criar estratégias
de solução de problemas para o futuro. Por
exemplo: Lembrar do conhecimento prévio de álgebra
para solucionar o problema de matemática que estou
realizando.
Metacognição: Habilidade de se observar, identificando como você
resolve um problema. Exemplo, pergunto a mim mesmo: “Como
estou indo?” ou “Como eu fiz esse exercício?”
Essas habilidades nos ajudam
a criar uma meta, um objetivo. Num segundo momento, para
se atingir efetivamente essa meta, precisamos de outras
habilidades para guiar ou modificar nosso comportamento
até se atingir o objetivo final. Isso inclue:
Resposta inibitória: Capacidade de pensar antes de agir. Essa habilidade de resistir
em dizer ou fazer alguma coisa nos dá tempo para
avaliar uma situação e decidir se algo deve
ou não deve ser dito, por exemplo.
Auto-regulação
do afeto: Habilidade de regular as emoções
para completar tarefas, atingir objetivos e controlar o
comportamento.
Iniciação
de tarefas: Habilidade de começar uma tarefa,
sem procratinar.
Flexibilidade: Habilidade de revisar os planos, na presença de obstáculos,
erros ou novas informações. Trata-se da capacidade
de adaptar-se a condições adversas.
Persistência ao
alvo: Capacidade de seguir e executar um plano
até completar a meta, sem desistir.
As funções
executivas serão muito importantes nos momentos em
que crianças, adolescentes e até adultos
precisam planejar e executar as mais diversas atividades,
principalmente nos momentos de tomada de decisões.
Dr. Gustavo Teixeira
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